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Atualização das diretrizes do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI): o que muda na avaliação de riscos?

Atualização das diretrizes do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI): o que muda na avaliação de riscos?

08/09/2025

Autores

Rhasmye El Rafih - Associada

O Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) recentemente atualizou suas diretrizes para a avaliação nacional de riscos de lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa (AML).

O documento orienta os países na identificação, avaliação e mitigação de riscos AML e dispõe sobre boas práticas internacionais.

Ainda que voltadas principalmente aos governos e agências estatais, as diretrizes revisadas funcionam como indicadores de expectativas regulatórias e devem ser acompanhadas de perto por setores regulados.

Quais são os pontos centrais da atualização?

  • Definição de risco consolidada como resultado da interação entre ameaça, vulnerabilidade e impacto.
  • Preocupações com a economia informal, empresas de fachada, cadastro de beneficiário final, criptoativos e a conexão deles com corrupção.
  • Destacada a importância do comprometimento político e institucional dos países, com orçamento dedicado, cooperação internacional e uso de tecnologia para coleta de dados.
  • Processos de avaliação mais estruturados, incluindo análise de contexto, identificação de ameaças e vulnerabilidades, avaliação integrada e projeção de tendências.
  • Recomendações práticas: uso de matrizes de risco, mapas de calor, oficinas de validação e elaboração de declarações de risco com causas, evidências e recomendações.
  • Medidas pós-avaliação incluem alinhamento das políticas ao risco, planos de ação com prazos definidos e envolvimento constante de partes interessadas.

O que muda para o setor privado?

A ênfase em beneficiário final e criptoativos mostra que essas áreas já são vistas como pontos críticos pelo GAFI e podem gerar atualizações e novos deveres para esses setores.

Orgãos de supervisão tendem a exigir da maior clareza metodológica das empresas, com a demonstração de como identificam e tratam os riscos com base em seus próprios modelos.

Relatórios de risco não devem ficar restritos às áreas de conformidade: eles devem orientar decisões estratégicas de negócios e governança.

O Brasil está adaptado de acordo com a atualização das diretrizes?

Considerando que os principais órgãos de supervisão, como BCB e CVM vêm se aproximando das diretrizes internacionais, antecipar-se a essas práticas pode reduzir riscos regulatórios, de imagem e até criminais.

O recado do GAFI é claro: a avaliação de riscos de lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e da proliferação não é um exercício isolado, mas um processo contínuo, adaptável e voltado ao futuro e deve ser integrado com outras políticas de integridade, especialmente a de anticorrupção.

Para as entidades obrigadas, isso implica revisar políticas com frequência, investir em tecnologia.

Para o setor público demonstra a necessidade de reforçar a colaboração não só entre órgãos públicos mas também com o setor privado.

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